segunda-feira, 16 de junho de 2014

Hospital São Sebastião, patrimônio dos caruaruenses.

Uma das coisas que os cidadãos caruaruenses sempre almejaram era um hospital, desde a primeira epidemia de cólera ocorrida na cidade (em 1856) houve a necessidade de um centro médico, a cidade crescia rapidamente e os governantes da época negavam um hospital a população alegando que “hospital é foco de doença”.

Durante a epidemia o povo se viu abandonado, pois nem cemitério havia na cidade.
então, naquela negra hora da história de Caruaru, o pacato e ordeiro povo caruaruense compreendia ter governo apenas exigir-lhe o pagamento de impostos e taxas diversas, nunca para auxiliá-lo efetivamente no momento de mais precisão; e começava ele próprio, zé-povinho, bravamente; a edificar; com as próprias mãos (...) o primeiro cemitério público de Caruaru (...), como surgiria, 80 anos depois, também por iniciativa única e exclusiva do extraordinário povo caruaruense (...), o Hospital São Sebastião, gigantesca obra que honra e orgulha o nunca bastante louvado povo de Caruaru.(Barbalho,1980,p.152)
Então, o primeiro hospital caruaruense, o São Sebastião, foi edificado por iniciativa do povo caruaruense com a colaboração da maçonaria, edificado no estilo Art decó, no coração da cidade, foi uma das maiores conquistas do povo caruaruense.  
Hospital após sua inauguração em 1939 (fonte: blog caruaru... ontem e hoje.)

A partir desse momento o hospital funcionou, dando uma melhor qualidade de vida ao povo, até que em 2004, após as fortes chuvas ocorridas naquele ano, o hospital teve infiltrações em sua estrutura sendo fechado para reforma, e ainda não inaugurado.

Hospital antes da reforma (fonte: blog caruaru agora.)

A reforma teve como objetivo a restauração e ampliação do hospital, acrescentando mais 20 leitos aos 60 já existentes, e a fachada teve suas características preservadas. O hospital funcionará como um ponto de apoio para o hospital regional.


Hospital depois da reforma. (Fonte: acervo da pesquisa)

Referencias bibliográficas
Barbalho, Nelson. Caruaru de vila a cidade, Recife, 1980, p.152.
CARUARU AGORA. Em <http://caruaru2014.blogspot.com.br/2014/03/hospital-sao-sebastiao-com-inauguracao.html>, acessado em 15 junho 2014.
CARUARU... ONTEM E HOJE. Em <http://caruarucultural.blogspot.com.br/2012/09/saude.html>, acessado em 15 junho 2014.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Granilite ou Granitina

Olá pessoal,
O post dessa semana trata-se de um revestimento muito utilizado nas casas do centro de Caruaru. Como voltamos as visitas de campo (graças a Deus!), percebemos o uso constante do Granilite, assim percebemos que era importante conhecer um pouco mais sobre esse tipo. Abaixo vocês terão informações da composição do Granilite, seus tipos, execução e seu uso na arquitetura. Boa Leitura!!

O Granilite é um tipo de piso muito parecido com cimento queimado, mas que a diferença é a adição de grânulos de minerais (mármore, granito, quartzo e calcário) misturados ao mesmo material do cimento queimado (cimento, areia e água) e também a presença de óxido de ferro que pode leva o granilite a cores ou desenhos desejados, vale ressaltar que essa técnica émais resistente que a segunda pela presença dos minerais.“Portanto, para ter vida longa, pede cuidados semelhantes aos exigidos nos cimentícios: não pode ter contato com produtos abrasivos ou químicos”.É uma técnica recorrente ao Brasil devido ao seu baixo custo, uma forma alternativa aos revestimentos de mármore, ladrilhos e azulejos importados.

                                          Imagem 1: Cimento queimado                       


                                          Imagem 2: Granilite


Fonte 1: http://www.decorandoeconstruindo.com/acabamento/cimento-queimado/, acesso em 01 de Jun. de 2014. Fonte 2: http://imoveis.culturamix.com/dicas/pisos-de-granilite, acesso em 01 de Jun. de 2014.

Existe dois tipos de granilite: o fulget e o polido. O fulget que é o de superfície áspera, também conhecido como granilite lavado, é muito utilizado em calçadas e passeios, para seu acabamento ser dado na forma dos grânulos ele é lavado para retirar a argamassa superficial. O granilite polido é o de superfície lisa e no final recebe uma camada de resina para completar a impermeabilização da técnica. O tipo polido não é indicado para áreas de banheiro e escadas por ser muito escorregadios.

                                          Imagem 3: Granilite Fulget                                           

                                        Imagem 4: Granilite Polido          
Fonte 3: http://arquitetotambemfaz.blogspot.com.br/2010/07/anteprojeto-envoltoria.html, acesso em 01 de Jun. de 2014.       Fonte 4: http://imoveis.culturamix.com/dicas/pisos-de-granilite, acesso em 01 de Jun. de 2014.         

“O mercado oferece grânulos em quatro tamanhos (de 0 a 3). Por questões técnicas, para paredes a granulometria máxima é a 1. Os grãos maiores conferem maior resistência à abrasão”. O interessante é que a resistência do piso não vai de acordo com o tamanho dos grânulos, e sim do mineral a ser utilizado “a resistência é maior no quartzo e menor no mármore, tendo o granito como intermediário”. O fulget tem o mesmo princípio, mais em “locais de alto tráfego incluem agregados metálicos”.

                                           Imagem 6: Grânulos

Fonte: http://www.brasilia.fechoo.com.br, acesso em 01 de Jun. de 2014          

      O preparo para receber o granilite seja no piso ou parede, é “a base sem ondulações, limpa e firme é determinante à qualidade e à durabilidade do material. Também é preciso que tenha acabamento áspero (sarrafeado) para a aderência da massa”. É feito também uma base de dilatação
Elas precisam ficar totalmente unidas, criando espaçamento contínuo. Em paredes, o tamanho ideal para painéis é por volta de 1,50 m². Para o piso, as juntas devem delimitar quadros de 1 m² no máximo, como forma de minimizar a incidência de trincas e para garantir que fique mais plano.


     Imagem 8

                                           Imagem 9

Imagem  8 e 9: Essas armações podem ser feitas de plástico ou latão.
Fonte 8: http://www2.cead.ufv.br, acesso em 01 de Jun. de 2014        

Fonte 9: http://www.classificados.com, acesso em 01 de Jun. de 2014         

         Para uma boa execução desse tipo de piso deve haver uma base de dilatação bem feita e o principal é a mão-de-obra especializada. Também deve-se respeitar o tempo de cura do piso, para não causar fissuras ou deformidades, o tempo de cura do polido é maior que o fulget. E se houver fissuras no piso, elas são corrigidas com estuque de mesma pigmentação para não dar o contraste, porém é sempre importante chamar um especialista.
O Granilite se bem feito dura muito tempo, e pode se estender se for bem cuidado, uso de vassouras e sabão neutros, no caso do fulget, e o uso de lavadora de pressão com bico regulado em leque, para o polido, no entanto deve-se ter cuidado para não furar a argamassa e soltar os grânulos.
A cera preserva o revestimento da abrasão. É fácil aplicar, pode ser à base de água e passada com pano e rodo, ensina. Mas teste antes o resultado para evitar que fique muito escorregadio. Se criar camada espessa devido à aplicação recorrente, a cera deve ser retirada com produto específico da mesma marca, e à base de água.

                                           Imagem 10

    Imagem 11

Imagem 10 e 11: Processo do Granilite Fulget 
    
                                          Imagem 12 
                                                 
                                          Imagem 13

Imagem 12 e 13: Processo do Granilite Polido
Fonte 12: http://www.mdinterior.blogspot.com, acesso em 01 de Jun. de 2014.        
Fonte 13: http://www.msraspadora.com.br, acesso em 01 de Jun. de 2014.

Segue abaixo imagens que ilustram o uso do material na contemporaneidade:
                                          Imagem 14      

                                          Imagem 15

Imagem 14 e 15: Formas mais atuais do uso do granilite.
Fonte 14: http://mibasa.com.br/?page_id=261, acesso em 01 de Jun. de 2014.        
Fonte 15: http://www.mdinterior.blogspot.com, acesso em 01 de Jun. de 2014. 

                                          Imagem 16

                                                        Imagem 17

Imagem 16 e 17: Pisos em granilite
Fonte 16: http://www.bellopisos.com.br, acesso em 01 de Jun. de 2014.        
Fonte 17: http://www.smg1.com.br, acesso em 01 de Jun. de 2014.        


         (Disponivel em: http://casa.abril.com.br/materia/os-segredos-para-um-granilite-duradouro, acesso em 01 de Jun. de 2014)



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Primeiras implantações da arquitetura e do urbanismo no período colonial.

Com o processo de independência política no século XIX, a arquitetura sofreu modificações e o estilo começou a entrar em transição. Portanto, a arquitetura colonial passa por mudanças e começa a ser substituída pelo Neoclássico (arquitetura do primeiro e segundo Império). No fim do século, após a Proclamação da República, o Ecletismo passa a ser o estilo dominante.

Relação entre a arquitetura e o urbano


Uma característica importante da arquitetura nesse período é sua inserção urbana, a relação que há entre a edificação e o lote. Há uma interdependência entre ambos que procura satisfazer as solicitações que lhes são submetidas, e essa é uma relação entre espaço público e privado.

Durante o período colonial, a arquitetura residência possui um estilo bem definido e que era baseada em tradições arquitetônicas e urbanísticas de Portugal. As residências eram erguidas sobre o alinhamento das vias públicas e as paredes laterais sobre o limite do terreno. Isso mesmo, não existia calçada! A rua era resultante do traçado de união das edificações.

Figura 01: Implantações de residências do período colonial.
Fonte: Garfos e Quartos

Além da implantação no lote, as residências apresentavam fachadas e plantas baixas parecidas (iguais, bem dizer!!). A sequência era basicamente: Sala/loja na frente, alcovas, sala de viver e cozinha. Esses ambientes eram ligados por um corredor longitudinal que conduzia da rua aos fundos do lote e que geralmente se apoiava nas paredes laterais (ou no centro da planta, em exemplos maiores). A coberta era sempre com duas águas, uma caindo sobre a rua, e a outra, nos fundos do lote.

Figura 02: 1-Loja | 2-Corredor | 3-Salão | 4-Alcovas | 5-Sala de viver | 6-CozinhaFonte: Quadro da Arquitetura no Brasil, p. 29.
Figura 03: Perspectiva sobrado colonial.
Fonte: Quadro da Arquitetura no Brasil, p. 29.

Os principais tipos de habitação eram o sobrado e a casa térrea. O nível de poder aquisitivo das famílias era medido através de sua casa: morar em sobrado, significava que a família tinha dinheiro (abastada), morar em casa térrea era para famílias mais pobres. Contudo, a maior diferença entre as duas estava no tipo de piso, enquanto no sobrado o piso do pavimento superior era de assoalho, o da casa térrea de chão batido. Vale ressaltar que nos sobrados, as famílias ocupavam o pavimento superior, o térreo era destinado para lojas ou escravos e animais.

Figura 04: "Interior de uma casa do povo baixo"Fonte: Museu Casa de Alcântara















Figura 05: Casa dos Contos. Interior do sobrado.
Fonte: Arqui Brasil

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Principais Igrejas de Caruaru

          As nossas pesquisas iniciaram através da leitura dos livros de Nelson Barbalho sobre a história de Caruaru. Através deles podemos conhecer um pouco mais sobre a cidade. Nesse post, gostaríamos de contar um pouco dessa história, através das principais Igrejas de Caruaru.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Rua da Frente (Laboratório de Imagem FAVIP/DeVry)

A imagem mostra e Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Sua construção foi um fato histórico que contribuiu para a formação da cidade. Sabe-se que em 1787 ela já existia conforme documento escrito pelo administrador e fundado José Rodrigues da Cruz. Inicialmente não possuía torre. Cada uma delas foi construída em um período diferente. É possível observar que antes de 1857, já possui sua primeira torre. A segunda torre, a direita da foto, foi construída por volta de 1905 e causou polêmica se correspondia ou não a primeira.






Igreja de Nossa Senhora das Dores e Jardim Rosa e Silva (Laboratório de Imagem FAVIP/DeVry)

A imagem mostra e Igreja de Nossa Senhora das Dores, ainda com uma torre. Ela foi construída em 1846 e dois anos após virou a Matriz, tirando esse título da igreja de Nossa Senhora da Conceição. Ao lado está o Jardim Rosa e Silva, executado sob um lajeiro pelo pedreiro José Sócrates de Paula Lima, sendo inaugurada em 7 de setembro de 1908 com a presença do governador do Estado, Dr. Herculano Bandeira de Melo, no entanto, em 1981 o jardim já estava e a Igreja também recebeu reformas. Posteriormente a Igreja foi demolida e em seu lugar foi construída uma nova Igreja com arquitetura modernista. Fato que desagradou a população da cidade.

Igreja do Bom Jesus (Laboratório de Imagem FAVIP/DeVry)

Fundada em 1902 pelo Capitão Lemos após a sua construção o morro passou a ser bastante frequentado por jovens de classe média/alta buscando socialização.  

Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Laboratório de Imagem FAVIP/DeVry)

A Igreja do Rosário foi construída sobre um grande largo, próximo ao rio Ipojuca, conhecido como Rosário Velho, no qual havia ruínas de uma edificação religiosa iniciada por escravos. A iniciativa partiu do Frei Celestino, “fazendo com que, logo na primeira noite de suas pregações, o povo o acompanhasse, em romaria, corregando tijolos, pedras e areia para a construção da nova igreja”. (BARBALHO, Nelson. Caruaru Cidade Princesa. Recife. 1981, PP 99 e 100) Essas obras ficaram por um tempo paradas, sendo retirados, inclusive, alguns materiais para reparos em outras igrejas de Caruaru. Posteriormente a Igreja foi concluída e apresenta arquitetura ArtDecó, o que é possível perceber pelas suas características. 


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Quer comprar cds?



Numa das visitas de campo nos deparamos com uma modesta plaquinha em uma das casas que fotografamos:  “O canto da Música: Venda de Disco Clássico, CD – MPB e Rock”.

  (Fachada)

Acostumado com as visitas aos discos, o dono perguntou se iriamos fotografar a sua coleção, quando na verdade estávamos interessadas  nos pisos e forros originais.

(Pisos e forro originais)

Isso nos fez pensar o quanto a arquitetura e a música são duas linguagens diferentes e próximas ao mesmo tempo, ambas influenciadas pelo gosto artístico e pela sua época.  Um filósofo alemão chamado Arthur Schopenhauer  uma vez disse que “Arquitetura é música congelada”.

(Discos e livros)

(Discos)


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Ladrilho Hidráulico


Durante nossas visitas a campo, encontramos, em algumas casas, pisos originais, em bom estado de conservação. Muitas pessoas conhecem por mosaico, mas seu nome é Ladrilho Hidráulico, por ser um revestimento que não passa por processos de queima, sendo a cura na água.
Sua origem europeia está nos antigos mosaicos bizantinos. As primeiras peças que vieram para o Brasil eram importadas, no final do século XIX os italianos que residiam no Brasil aprenderam as técnicas através de um cônsul suíço.
(Pisos encontrados em Caruaru durante as visitas de campo)


E em uma mesma casa, encontramos vários modelos diferentes. É muito interessante o fato de um revestimento quase centenário possuir as mesmas características de quando foram assentados. Sua capacidade de resistir ao tempo está no fato de a “pintura” ser feita através de uma camada de desenho  de aproximadamente 5 mm.  Dessa forma o desgaste, provocado por pisadas funciona como um polimento natural.

(Pisos encontrados em Caruaru durante as visitas de campo)

Sua produção artesanal era feita utilizando como base lajotões de barro. Eram colocados em uma forma de ferro, por cima um molde de latão com formato do desenho desejado. É colocada uma mistura de pó de mármore, cimento branco e óxido de ferro. A uniformidade da peça era obtida através de pressão. A secagem era feita naturalmente em estufas por cerca de 15 dias.

(Fabricação do ladrilho hidráulico)

Hoje dia ainda são produzidos da mesma forma, mas por serem artesanais e de aplicação complexa possuem custo superior aos revestimentos produzidos em série. São utilizados por arquitetos e decoradores quando querem imprimir um estilo retrô.

(Aplicação na arquitetura atualmente)


Fontes:
http://www.realladrilhos.com.br/fabricacao.php
http://pisoseazulejosantigos.com.br